Fabiana Umetsu |
Possui Graduação (Bacharelado e Licenciatura) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e Mestrado em Ecologia pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente está cursando o Doutorado em Zoologia pela Universidade de São Paulo. A linha de pesquisa atual enfoca o estudo de comunidades de pequenos mamíferos, com ênfase nos efeitos das alterações antrópicas locais e na paisagem sobre esta comunidade na Mata Atlântica. Seus trabalhos têm ênfase nos padrões de distribuição, abundância e diversidade de pequenos mamíferos não-voadores entre habitats antropogênicos, e entre paisagens com diferentes graus de fragmentação e tipos de configuração espacial. Trabalhou também com efeitos de fragmentação e dieta de bugios em Mata Atlântica (Probio/CNPq), além de genética quantitativa, e participou como estagiária em projetos de pesquisa sobre impactos antrópicos em carnívoros (Pró-Carnívoros) e manejo de primatas (IPÊ). Lecionou em projeto da Prefeitura de Campinas, abrangendo tópicos em ecologia, zoologia, ciências ambientais, e botânica, e na ONG Trilha Verde através de estudos do meio enfocando ecologia e educação ambiental. Atuou com monitora de graduação na disciplina Zoologia de Vertebrados, na Unicamp.
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Projeto de
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Diversidade de pequenos mamíferos em ambientes antropogênicos: espécies endêmicas e invasoras em paisagens de Mata Atlântica com diferentes porcentagens de perda da cobertura florestalAlém dos diferentes processos e eventos históricos que levaram à diversificação das linhagens de mamíferos, a distribuição atual da mastofauna da Mata Atlântica também sofre interferência das atividades humanas. Estas atividades estão levando à perda e mudanças na configuração espacial dos remanescentes florestais e à criação de ambientes alterados no entorno destes. Através do aumento da importância de eventos estocásticos sobre populações pequenas, a perda de habitat leva a um aumento da chance de extinção local, diminuindo a riqueza e a abundância das espécies. Concomitantemente à perda dos remanescentes, no entorno destes são criados habitats antropogênicos denominados coletivamente de matriz. A matriz que envolve os remanescentes é, portanto, heterogênea e variável quanto à sua permeabilidade ou qualidade para a dispersão, sobrevivência e ocupação pelas espécies do habitat original. Desta forma, as características dos ambientes antropogênicos da matriz afetam o grau de coesão (ou conectividade) entre as populações dos remanescentes e, portanto, a chance de persistência das espécies nativas em paisagens fragmentadas. Por outro lado, a expansão de áreas alteradas no entorno dos remanescentes teoricamente permite a chegada e a proliferação de espécies generalistas e invasoras. Apesar de essencial para o manejo adequado de paisagens fragmentadas e para o entendimento dos processos desencadeados pela ação antrópica, há uma lacuna de conhecimento sobre como a quantidade e configuração espacial dos ambientes alterados da matriz interferem na persistência de espécies características do habitat original e na invasão e expansão de espécies originárias de outros biomas e de outros países em paisagens tropicais. Trabalhos anteriores na região neotropical indicam que há uma forte segregação da comunidade de pequenos mamíferos em paisagens fragmentadas, com as espécies endêmicas restritas à vegetação nativa e as espécies não-endêmicas ou introduzidas aos ambientes antropogênicos. Já em ambientes alterados inseridos em regiões com altas proporções de habitat remanescente, não são encontradas espécies invasoras deste grupo de animais. É de se esperar, portanto, que a ocorrência e o grau de dominância de espécies invasoras em relação a espécies características do habitat original dependa da quantidade e da configuração espacial, incluindo a conectividade, da matriz de ambientes antropogênicos em paisagens fragmentadas. Através do estudo de 42 sítios de amostragem em ambientes antropogênicos abertos em duas paisagens fragmentadas de Mata Atlântica com diferentes proporções de perda da cobertura florestal original, este projeto tem como objetivos: (1) avaliar o uso destes ambientes por espécies de pequenos mamíferos endêmicas da Mata Atlântica, espécies não restritas a este bioma e espécies introduzidas; (2) investigar a influência da quantidade e conectividade destes ambientes para a ocorrência e a abundância destes diferentes grupos de espécies e (3) testar se a relação entre a ocorrência/abundância dos diferentes grupos de espécies com a quantidade/conectividade dos ambientes antropogênicos varia em paisagens com diferentes proporções de perda da cobertura florestal original.
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Projeto de
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